Em Boa Vista (RR), a plataforma ZUP – Zeladoria Urbana Participativa está sendo usada em ações de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue e do zika vírus. Com o sistema – software livre desenvolvido pelo Instituto TIM para a gestão de serviços e ativos urbanos que está em operação em Boa Vista desde julho –, os agentes de saúde registram onde estão os focos do mosquito e o que foi feito para combatê-los, além de iniciar o cadastramento das casas da região.
“O aplicativo ZUP oferece uma ferramenta que nos permite avaliar os resultados, ou seja, quantos focos foram identificados e quantos foram eliminados. Permite o cadastramento e localização da casa, do criadouro, do processo de educação em saúde do morador e a eliminação do foco”, explicou o superintendente municipal de Vigilância e Saúde, Emerson Capistrano.
ZUP passou a ser usado no combate ao Aedes aegypti no dia 20/12, no lançamento da campanha “Boa Vista contra o Zika Vírus”. Naquele domingo, cerca de mil pessoas, entre servidores públicos, funcionários de empresas terceirizadas, moradores e outros voluntários, se mobilizaram em um mutirão contra o mosquito no bairro Bela Vista, local de maior incidência do Aedes aegypti na cidade. Durante o mutirão, foram eliminados focos do mosquito, vistoriadas lixeiras residenciais, comerciais e outros locais que podem acumular água. Também foram distribuídos panfletos, informativos e adesivos.
Os voluntários usaram um dos componentes da plataforma, ZUP Técnico, para fazer o input de dados e o mapeamento das regiões visitadas, sistematizando as informações que colhiam em tempo real. Para que isso acontecesse, alguns dias antes eles haviam participado de uma capacitação e recebido um login e senha para acessar a plataforma.
A prefeita de Boa Vista, Teresa Surita, disse que ZUP vai ampliar o cadastro das pessoas e contribuir com o monitoramento dos bairros. “Temos feito o monitoramento durante todo o tempo. Nosso desafio é conscientizar as pessoas que 75% dos casos estão dentro das casas e a única forma de acabar com o mosquito é acabar com os criadouros”, destacou. Para o agente de mobilização do Programa Braços Abertos Renato Sena, o sistema facilita o trabalho do agente no campo. “Agora tudo é online: os registros de infestação, as casas que foram e não foram visitadas, etc. Um ponto positivo é a agilidade destes processos para nós.”
Os registros cadastrados no sistema agora fazem parte do mapeamento urbano sobre os focos do Aedes aegypti, que ficará à disposição da prefeitura. De acordo com o secretário de Inclusão Digital, Arthur Brandão Machado, esta primeira ação é de conscientização e registro das ocorrências, eliminando o uso de folhas de papel, que tornava o trabalho mais lento e mais pesado. “80% das pessoas capacitadas têm celulares com a tecnologia necessária para uso do ZUP. Desta forma, vamos conseguir registrar em um mapa georreferenciado os resultados obtidos com as visitas e fazer uma avaliação dos esforços para contribuir com o planejamento de novas ações”, afirmou.
Reportagem: Éder Rodrigues
Fotografias: JPavani