O edital de apoio a museus e centros de ciência e tecnologia, lançado em outubro de 2015 pelo Instituto TIM em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), beneficiou 50 projetos de divulgação científica voltados para crianças entre 4 e 10 anos. Instituições de todo o país estão, agora, na fase de planejamento e desenvolvimento dos projetos – 90% deles estão relacionados com o Ano Internacional da Luz, celebrado em 2015 e escolhido como tema do edital. Conheça, a seguir, dois desses projetos: um de Roraima e outro de Santa Catarina.
Uma das três propostas da Universidade Estadual de Roraima (UERR) contempladas pelo edital tem como tema “Iluminando os caminhos da vida na Terra”. A ideia é promover duas exposições interativas que apresentam a importância da luz para a evolução da vida na Terra. Será mostrada a expansão da biodiversidade ao longo do tempo e a sua relação com a luz, com destaque para a biodiversidade da região amazônica. O projeto está sendo organizado por equipes multidisciplinares da UERR, da Universidade Federal de Roraima e do Instituto de Amparo à Ciência, Tecnologia e Inovação de Roraima.
A exposição fixa será realizada em Boa Vista e terá uma duração inicial de três meses, com a possibilidade de ser expandida. Ela será dividida em cinco instalações interativas com infográficos, atividades, jogos e materiais que poderão ser manipulados pelos visitantes. O público-alvo é de crianças entre 7 e 10 anos, mas pessoas de todas as idades poderão visitar. Já a exposição itinerante levará elementos da versão fixa para as cidades de Rorainópolis, Caracaraí e Alto Alegre. Escolas públicas serão convidadas a visitar as exposições, e os professores receberão um livro com conteúdo e infográficos sobre o tema.
“A exposição será como um fio condutor entre as diferentes ciências. E o professor, ao levar seus alunos e participar, perceberá a conexão entre esses conhecimentos”, diz a professora e pesquisadora da UERR Juliane Marques de Souza, líder do projeto. Este ano será dedicado à organização das exposições e à montagem das instalações, para que ambas sejam lançadas em 2017. “É raríssimo ter exposições que envolvam ciência e tecnologia em Roraima”, afirma Juliane. “A gente tem que investir na necessidade da sociedade se comunicar com a ciência e da ciência se comunicar com a sociedade, então esse edital foi uma grande oportunidade para isso”, completa.
Em Curitibanos (SC), estudantes do 4º ao 6º ano de duas escolas farão atividades no campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) relacionadas ao sensoriamento remoto. É uma técnica para obter imagens da superfície terrestre por meio da detecção e medição das interações entre a radiação eletromagnética e os objetos da superfície da Terra. Segundo o professor da UFSC e coordenador do projeto, Alexandre ten Caten, essa é uma área que permite uma grande interdisciplinaridade com assuntos explorados em sala de aula. “Parece um tema complicado, mas não é, porque a gente conta com um aspecto bastante positivo das crianças, que é a curiosidade”, diz. “O sensoriamento remoto pode ser traduzido para elas à medida em que falamos de satélites, do planeta Terra, de florestas e outros temas.”
Além de aprender o que é o sensoriamento remoto, seu uso no dia a dia e conceitos iniciais sobre luz e energia eletromagnética, os alunos farão atividades práticas em que poderão trabalhar com mapas e softwares no Laboratório de Geomática do campus. Também estão sendo produzidos diversos mapas da região que mostram cidades, rios, solos e florestas. Esses mapas serão impressos e utilizados tanto nas atividades do projeto quanto nas escolas, já que os professores poderão levá-los.
Alexandre está em contato com professores das duas escolas para planejar as atividades, que devem começar a partir de julho e se estender durante 2017, envolvendo cerca de 10 turmas. Este é o terceiro ano em que o Laboratório de Geomática promove atividades com escolas da região. “A vinda das crianças até a universidade faz com que elas sintam o ambiente universitário desde pequenas e comecem a almejar a buscar o dia em que elas mesmas possam estar aqui como graduandas”, acrescenta.
A bolsista de Iniciação Científica Geisy Bahls, que faz parte da equipe de Alexandre, fez um vídeo apresentando o projeto: