Dois dos projetos contemplados no edital de apoio a museus e centros de ciência e tecnologia, lançado em 2015 pelo Instituto TIM em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), convidam crianças de 7 a 10 anos a aprender sobre luz e energia fazendo experiências e brincando, enquanto os professores passam por formações. As iniciativas, que já estão em andamento, são do Museu Interativo de Ciências do Sul Fluminense (MICInense), de Barra Mansa (RJ), e da Universidade do Estado do Amapá (UEAP), de Macapá (AP).
Com o tema “Uma luz para as crianças”, o MICInense adicionou experimentos relacionados à luz ao acervo já existente, que contempla as áreas de Física, Química e Biologia. Luciano Gustavo Oliveira da Silva, coordenador do projeto, observou um aumento de público. “Praticamente todos os dias da semana tem agendamento de escolas”, diz.
Os alunos ficam quatro horas no museu. As três primeiras são no laboratório, onde podem observar prismas, caleidoscópios e o disco de Newton e fazer diversas experiências. Uma delas é a dos fogos de artifício, em que reações químicas envolvendo elementos como estrôncio e sulfato de cobre liberam luzes de cores diferentes. Outra mostra a condução de energia em meio de água com sal para explicar descarga elétrica e alertar as crianças sobre raios.
Conheça outros dois projetos contemplados pelo edital
No salão de exposição, as crianças interagem com materiais como o Gerador de Van de Graaff, aparelho que arrepia os cabelos quando tocado, e a bicicleta geradora, que acende as luzes de um painel quando os visitantes giram o pedal. A casinha sustentável simula quantos quilowatts são gastos com cada aparelho. O coordenador diz que a resposta dos alunos tem sido positiva. “Muitos falam que querem ser cientistas. Quando termina, eles não querem ir embora”, conta.
Além da exposição, 500 professores da rede pública de Barra Mansa receberam formação e 98 passaram por oficina prática no início de 2016. Eles conheceram atividades relacionadas à luz e as aplicaram em sala de aula durante o semestre. A iniciativa foi concluída com uma semana de mostra pedagógica. “Foi o ponto-chave do projeto, conseguimos a mobilização das 54 unidades escolares contempladas”, diz. Estão previstas mais duas oficinas para os professores.
Na UEAP, as crianças podem aprender com brinquedos relacionados à luz criados especialmente para este edital. Entre os brinquedos há dominó e jogo de cartas sobre energias alternativas, e uma casa em miniatura que demonstra o uso da energia solar. Nos jogos de trilhas, as crianças respondem perguntas para testar seu conhecimento sobre o tema. Além da brinquedoteca, que fica no campus, uma tenda com réplicas dos brinquedos passará por escolas públicas de Macapá e de três cidades da região: Santana, Porto Grande e Mazagão. Cerca de 50 escolas e 5 mil alunos devem participar do projeto.
As crianças também recebem uma cartilha que aborda as energias eólica, hidráulica, de biomassa e das marés. “Não foi fácil encontrar esse conceito, mas conseguimos explicar energia de um jeito que a criança entenda”, diz Ângela Ubaiara, coordenadora do projeto. O tema é apresentado em história em quadrinhos e a cartilha contém caça-palavras, palavras cruzadas e jogo dos sete erros.
Os professores das escolas participantes passam por uma semana de formação na UEAP, com palestras sobre energia solar e uso de fontes alternativas, além de uma oficina sobre atividades para realizar em sala de aula. “O projeto é importante em dois sentidos: a tenda trabalha as energias alternativas com crianças; é um trabalho educativo e de conscientização. O segundo é a formação dos professores, para que possam dar continuidade a esse trabalho”, diz Ângela.