O curso Plataformas digitais colaborativas, do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo, teve cerca de 80 participantes nos dois dias em que foi realizado, 20 e 21 de setembro. A plataforma Mapas Culturais foi um dos destaques do conteúdo abordado no curso, que reuniu gestores das secretarias de Cultura do estado de São Paulo e de outros municípios paulistas (incluindo a capital), produtores culturais, pesquisadores e estudantes.
O curso fez parte da programação mensal do Centro de Pesquisa e Formação e foi composto por quatro mesas com 11 palestrantes no total. A primeira mesa abordou o processo de reestruturação do Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC), do Ministério da Cultura (MinC), e a migração para a plataforma Mapas Culturais, além de discutir web semântica e ontologia da cultura. Na próxima mesa, os palestrantes explicaram as funcionalidades de Mapas, a governança do projeto e a organização da cultura digital na última década.
A discussão no dia seguinte começou com uma mesa sobre geração de indicadores para a gestão cultural, a integração da plataforma com bases de dados e a análise e espacialização desses dados em um mapa. Por último, foram apresentadas algumas iniciativas de plataformas digitais colaborativas, especialmente as plataformas SP Cultura e SP Estado da Cultura, instalações de Mapas no município e no estado de São Paulo.
“O curso teve mais procura do que lugares disponíveis e nos deu a dimensão de que certamente trabalharemos com mais cursos nesta área”, afirma a pesquisadora do Centro de Pesquisa e Formação Daniela Ribas, responsável pela criação do curso. “É um tema muito importante para a gestão cultural e deve fazer parte da programação.” Daniela conheceu Mapas Culturais por meio do Grupo de Trabalho do Glossário da Cultura, realizado em parceria entre o MinC e a Universidade Federal de Goiás. “Foi então que tomei conhecimento do projeto de reestruturação do SNIIC e me inteirei sobre o assunto”, conta.
O desenvolvedor Leonardo Germani, que faz parte da rede de Mapas e foi coordenador geral de Monitoramento de Informações Culturais do MinC, participou como palestrante nas duas mesas do primeiro dia e falou que o feedback do público foi bem positivo. “Foi uma oportunidade de conhecer não só a ferramenta em si e suas funcionalidades, mas também sua história, como foi concebida, com que premissas, quais problemas busca resolver. Deu um contexto mais amplo”, diz.
Daniela menciona que Mapas é uma ferramenta indispensável por permitir adicionar várias camadas de informações necessárias para gestão cultural e para a população em geral. “Essas camadas dão a perspectiva de que a gestão cultural envolve a colaboração da sociedade. Não é fazer só no gabinete, a sociedade tem que participar”, ressalta. Para a pesquisadora, as plataformas colaborativas dão transparência às informações e qualificam as políticas públicas a partir dos indicadores gerados.
“O interesse crescente na plataforma mostra que ela realmente tenta resolver uma demanda que existe na gestão cultural e que ela foi concebida de maneira acertada”, acrescenta Leonardo. Ele destaca que é essencial que a rede trabalhe unida para dar continuidade ao desenvolvimento do projeto e manter sua sustentabilidade.