OBMEP: Família faz a diferença para medalhistas

OBMEP: Família faz a diferença para medalhistas

Dentre os universitários medalhistas da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) que recebem as Bolsas Instituto TIM-OBMEP, há alguns que sempre gostaram de matemática, outros que passaram a gostar de matemática mais tarde, na escola, e outros que gostam muito de diversas matérias, não só de exatas. Mas uma característica  é frequente entre os bolsistas: a influência familiar – um parente que gosta de matemática, por exemplo – facilita que o jovem tenha aptidão pela disciplina.

Esse é o caso de Antonio Hilton de Brito Passos, que estuda Medicina na Universidade Federal do Piauí, em Teresina. Ele é natural de Cocal dos Alves, no interior do estado. Os pais de Hilton não completaram o Ensino Fundamental – o pai é vigia de uma escola e a mãe, dona de casa –, mas ele tem uma irmã que é formada em Matemática e dá aula em Parnaíba, e dois primos que também são formados em Matemática.

Hilton começou a se destacar na OBMEP quando estava no 9º ano e recebeu uma menção honrosa. “Digamos que eu não tinha um foco especial em matemática. Costumava estudar todas as disciplinas. Geralmente as pessoas gostam mais de alguma, mas eu não.” O bom desempenho na OBMEP mudou isso. A partir dali, o jovem ganhou duas medalhas de bronze quando estava no 1º e no 3º ano do Ensino Médio. Com a bolsa, Hilton paga os materiais da faculdade, alimentação e o aluguel. Se concluir a faculdade de Medicina, será o primeiro médico formado na família.

A história de Alex Teixeira da Silva, que cursa Engenharia de Computação e Informação na Universidade Federal do Rio de Janeiro, é um pouco diferente. Ele gosta de matemática desde pequeno. A mãe, que trabalha na limpeza de uma escola em Diadema, o alfabetizou em casa e era rigorosa com o menino. Foi ela quem o ensinou a contar dinheiro, a olhar as horas, tudo antes de Alex entrar na escola. “Às vezes ela não sabia o conteúdo, mas sabia que tinha que cobrar.” O resultado é que o garoto tinha muita facilidade com matemática. “Eu terminava determinada matéria e eu mesmo já procurava a próxima.”

Na OBMEP, ele se destacou em todas as sete edições de que participou. Foram três medalhas de ouro, duas de prata, uma de bronze e uma menção honrosa. Essa facilidade com exatas tornou a escolha de curso uma tarefa complicada. “Sempre gostei da área de exatas no geral, então tinha mais de uma coisa que me atraía. Matemática, Física, até Astronomia”, lembra. Alex acabou optando pela Engenharia de Computação e Informação por ser um curso no qual ele poderia mesclar todas essas áreas.