AWC: começa o desafio de focar no problema e no segmento de clientes
Dois dias de muita informação e que mostraram o que vem por aí: assim começaram as atividades do programa Academic Working Capital com o Workshop I, nos dias 29/08 e 12/09. Foi a primeira vez que as 19 equipes do ciclo 2020/2021 se reuniram, ainda que no ambiente online. O objetivo do Workshop I era mostrar aos empreendedores que a primeira etapa do trabalho deve ser a descoberta de um problema real, que tenha mercado, e de um público disposto a pagar pela solução.
“O Instituto TIM valoriza a formação e o potencial da juventude. Fico feliz de ver o sucesso das startups que saíram do AWC”, afirmou o presidente do Instituto TIM, Mario Girasole, na abertura do primeiro dia. “Vamos seguir em frente neste sexto ano, nesse modelo tão transformador que a gente adaptou para essa fase de pandemia”, comentou o diretor de Environmental, Social & Governance da TIM, Marcio Lino.
Na programação, palestras, depoimentos de ex-participantes como Fernando Lopes, da Mvisia (AWC 2015), e Robson Quero, da BinahKi (AWC 2019), e momentos mão na massa, em que os grupos realizavam as tarefas propostas e se encontravam com os coaches nas chamadas flippeds classrooms.
Os coaches Leandro Queiroz, Alexandre Rocha, Diego Braga Lucio, Belisa Godoy e Lucas Moreira falaram sobre a metodologia do AWC (com suas etapas de descoberta do problema, validação da proposta de valor, experimentação e pivotagem), definição do segmento de clientes e dos possíveis mercados de atuação, coleta de informação a partir de entrevistas e conceitos como problem solution fit, customer obsession, beach head marketing e jobs to be done. A importância de adotar um mindset empreendedor também foi tema da palestra da professora e pesquisadora em Economia Criativa Leticia Gonçalves. “No mundo do empreendedorismo, você enxergar problema te dá um diferencial competitivo. E quanto mais você olhar os vieses 360° desse problema, mais a sua solução será eficaz.”
Para mostrar a aplicação dos conceitos abordados, empreendedores convidados falaram aos jovens sobre suas trajetórias, experiências, aprendizados, erros e acertos: Augusto Aielo, da Soul Urbanismo, empresa de parklets urbanos; Vanessa Kiyan, da Saque Viagem, maior e-commerce de vôlei do Brasil; e Daniel Pereira, da JobPet, plataforma de contratação de profissionais do setor pet. O empreendedor Pedro Fornari (AWC 2017) compartilhou a trajetória da Kartado, que começou como um software para mapear buracos em rodovias, fez a primeira venda ainda durante o programa, e hoje é uma ferramenta para a gestão da conservação de grandes infraestruturas.
Outro momento significativo foi a conversa sobre diversidade com a engenheira Célia Kano, da Rede Mulheres Empreendedoras, a atriz e dramaturga negra Tatiana Ribeiro, o professor e formador transmasculino Bernardo Gonzales e o especialista em desenvolvimento e inovação de projetos Ary Scapin, da ADE SAMPA. O objetivo era convidar os empreendedores a explorar alternativas de segmentos de clientes, e mostrar a necessidade de incluir todos os tipos de público na proposta de valor.
“Se vocês não considerarem os diversos públicos que vocês têm, além de não se relacionarem positivamente na sociedade, vocês não vão olhar para o problema como um todo”, resumiu Célia. “É o diferente que vai construir pontes e dar condições para que o serviço, o empreendimento que vocês querem fazer tenha mais suscetibilidade, as pessoas se sintam mais acolhidas por aquilo que vocês estão oferecendo”, completou Bernardo.
A fase 1 do AWC continua até dezembro com foco na definição do problema que os grupos tentarão resolver e na validação da proposta de valor no mercado. O próximo encontro de todas as equipes será no Workshop II, em 28/11.