Projeto científico de estudantes de Sorriso sobre lactose viaja ao espaço

Projeto científico de estudantes de Sorriso sobre lactose viaja ao espaço

Para os alunos do 3º ano do Ensino Médio Eduardo Felipe Pagnan Vieira, Karine Gabriella Ascoli e Larissa de Oliveira Paes, do Colégio Regina Coeli de Sorriso (MT), olhar para o céu terá um novo significado. Vencedores da edição 2019/2020 do projeto Garatéa-ISS, eles tiveram seu experimento enviado ao espaço rumo à Estação Espacial Internacional (ISS) neste domingo (06/12) pela SpaceX.

Patrocinado pelo Instituto TIM, o Garatéa-ISS incentiva a educação científica espacial promovendo a participação de estudantes brasileiros no programa Student Spaceflight Experiments, da Agência Espacial Norte-Americana (NASA), que leva experimentos de jovens de vários países à ISS. O Brasil é o primeiro país fora da América do Norte a integrar o programa. Ao todo, 285 escolas já participaram do Garatéa-ISS, com 171 projetos. A iniciativa também conta com a parceria da Universidade de São Paulo e da Fundação de Apoio à Física e à Química.

O experimento dos estudantes mato-grossenses – denominado “A influência da microgravidade sobre a degradação de lactose e o desenvolvimento de bactérias da flora intestinal” – tem como objetivo descobrir se uma pessoa intolerante à lactose poderia consumir esse tipo de produto no espaço sob medicação. Ele é composto por um tubo com duas presilhas, separado em três partes. No primeiro há água; no segundo, lactose, lactobacilos em pó e caldo de carne, para imitar o estômago humano; e no terceiro está um bactericida. Na ISS, 14 dias antes da volta do experimento à Terra, o astronauta abrirá a presilha que contém a água, dando início ao experimento. Nove dias depois, e cinco dias antes da volta à Terra, o astronauta abrirá a segunda presilha, liberando o antibiótico e encerrando o experimento.

Para Lucas Fonseca, diretor da Missão Garatéa, organização responsável pelo projeto Garatéa-ISS, o que mais chama a atenção no experimento é que ele tem potencial para se desenvolver em uma ação prática que pode ser utilizada futuramente até mesmo pela própria NASA. “Sempre dá para tirar informação de coisas que aconteceram no espaço e trazer para melhorar o negócio na terra, inclusive se pensar em colonização futura da Lua, de Marte”, explica. A principal aplicação seria na dieta dos astronautas, que hoje é bastante restrita e poderia ser ampliada.

O foguete da SpaceX também levou a bordo os desenhos dos vencedores das últimas edições do concurso Mission Patch (Arte Especial) do Garatéa-ISS: Camila Vieira da Motta Mollica, da Escola Saint Francis, de São Paulo; Ian Massao Roso Guibu, Colégio Maria Edith Rhoden, de São Desidério-BA (edição 2019/2020); Isabella Azevedo de Oliveira, EMEE Olga Benário Prestes, de Diadema-SP, e Amanda Correa Vieira, Colégio Maria Edith Rhoden, de São Desidério-BA (edição 2018/2019).

A previsão é que o experimento volte em janeiro para a Terra. Os estudantes autores do projeto analisarão os resultados e escreverão um relatório final, que será enviado aos Estados Unidos.

 

Lucas Fonseca esteve no Kennedy Space Center, na Flórida, para acompanhar o lançamento do experimento e conta um pouco mais sobre a aventura do Garatéa-ISS: