No Rio de Janeiro (RJ), quase 1,5 milhão de pessoas, mais de 22% da população da cidade, moram em favelas, segundo o Censo do IBGE de 2010. Iniciativas recentes e independentes têm lançado luz sobre quem são e o que pensam os moradores de comunidades cariocas, mas a quantidade de dados oficiais de qualidade disponíveis, com recorte específico nas favelas e capazes de servir de insumo a políticas públicas, ainda é insuficiente.
Ao longo de quatro anos, o projeto Agentes da Transformação supriu a urgente necessidade por informações de qualidade sobre os moradores de comunidades do Rio de Janeiro, especialmente aquelas onde foram instaladas as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Além disso, ofereceu aos jovens dessas comunidades uma alternativa de qualificação profissional em pesquisa de campo.
Realizada em parceria com o Instituto Pereira Passos (IPP), órgão da Prefeitura do Rio de Janeiro, a iniciativa começava com a capacitação em pesquisa de campo de estudantes do Ensino Médio da rede pública, moradores das favelas a serem pesquisadas. Após a formação, os jovens saíam às ruas de suas comunidades para realizar uma pesquisa domiciliar de grande porte e com rigor estatístico, capaz de traçar o perfil socioeconômico da juventude dessas comunidades. Cada pesquisador entrevistava 50 jovens de 14 a 24 anos e registrava as informações em tablets, no software livre Para Pesquisa, desenvolvido pelo Instituto TIM. O projeto culminava na formatura desses jovens pesquisadores, realizada após a apresentação dos resultados do estudo, que eram compartilhados com órgãos públicos, empresas e instituições do Terceiro Setor. Todas as comunidades cariocas com UPPs foram pesquisadas pelo projeto.
Os resultados dos quatro anos de estudos foram reunidos na publicação Cadernos da Juventude Carioca.
jovens formados
comunidades pesquisadas
entrevistas realizadas
Agentes da Transformação foi vencedor do Prêmio ARede 2014 na categoria Conteúdo de Interesse Público, na modalidade Setor Privado.
