Foi no Clube do Pesquisador Mirim, iniciativa do Museu Paraense Emilio Goeldi apoiada pelo Instituto TIM, que o cientista ambiental Cesar Silva começou sua carreira como pesquisador. Na época ele tinha 11 anos e estava dando os primeiros passos na iniciação científica, em uma das primeiras turmas do projeto. Hoje, com 26 anos, ele é bolsista do museu, onde trabalha com as crianças visitantes a desmistificação de animais dos quais elas costumam ter medo – como aranhas e cobras.
Depois do Clube do Pesquisador Mirim, onde foi participante e bolsista, Cesar foi para a faculdade fazer Ciências Ambientais. E voltou aos 18 anos para ser estagiário do Museu Goeldi. “A iniciação científica influenciou diretamente na minha escolha profissional”, explica. Depois de formado, ele foi convidado para retornar mais uma vez, com uma bolsa de capacitação, e desenvolver projetos científicos. “Estou há 16 anos no Goeldi. Mesmo quando não trabalhava ou estudava na instituição, eu continuei a visitar e realizar pesquisas. Praticamente nunca sai daqui”, afirma.
De acordo com o chefe do Serviço de Educação do museu e coordenador do Clube do Pesquisador Mirim, Luiz Videira, os ex-participantes costumam voltar para trabalhar como bolsistas, estagiários, ou mesmo realizar pesquisas em Zoologia em parceria com a Universidade Federal do Pará. “Boa parte dos ex-pesquisadores mirins fala o quanto o clube foi importante em suas vidas. Participar dele é uma forma antecipada de despertar, ou não, esta vocação”, explica.
O Clube do Pesquisador Mirim é uma ação educativa que existe há 17 anos. Reúne 140 estudantes de 9 a 14 anos, divididos em 7 grupos, para realizar pesquisas de campo e no parque zoobotânico do museu, excursões e confecção de materiais sobre os estudos realizados. Cada turma recebe um tema e executa as atividades com base nele. Os exercícios são realizados durante um ano.