Mapas Culturais foi uma das iniciativas selecionadas para participar do 1º Congresso Online de Gestão Cultural, que começou em 12 de setembro e termina em 10 de outubro. O evento é organizado por coletivos culturais da América Latina e da Espanha e está sendo realizado totalmente pela internet, por meio da publicação de artigos e de videoconferências abertas a todo o público. A seleção dos projetos participantes foi baseada nos resumos dos artigos inscritos, e Mapas foi escolhido junto a outras 46 iniciativas.
O artigo publicado pela equipe de Mapas Culturais apresenta o projeto e o contextualiza em três eixos: setor público, sociedade civil e setor privado. O primeiro explica as mudanças na política cultural no Brasil que fomentaram a criação do projeto, como a criação do Plano Nacional de Cultura e do Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC). O segundo menciona outras iniciativas de mapeamento colaborativo da cultura no país desde o software livre Mapsys, sistema de georreferenciamento online dos Pontos de Cultura criado em 2004. E o terceiro mostra como o Instituto TIM desenvolveu Mapas, as parcerias com o Ministério da Cultura e os governos estaduais e municipais e a atuação da rede do projeto.
No dia 15 de setembro, Mapas fez parte da primeira mesa de discussão do Congresso, com o tema “Gestão cultural para a produção de cultura livre”. O debate virtual teve como base três questões: qual é a chave da sustentabilidade dos projetos de cultura livre; como se trabalha com o público e qual a consciência que ele tem de que os produtos, serviços e processos se baseiam em recursos livres; e de que forma o movimento de cultura livre contribui com a gestão cultural e a necessidade da gestão cultural de apoiar processos de cultura livre.
Lívia Ascava e Thaís Rigolon, da equipe de Mapas, comentaram que mesmo que um projeto não seja sustentável, a ideia por trás dele deve ser. Lívia falou sobre as outras iniciativas de mapeamento cultural que levaram à criação de Mapas como um exemplo de que, quando uma ideia tem um sentido muito forte e relevante, ela pode se manter e se desenvolver de outras formas. “Por isso que com a construção de rede e a articulação com diversos setores públicos, agentes culturais independentes e o terceiro setor, temos uma ação intersetorial que vai se expandindo e fortalecendo não apenas o projeto, como também a ideia que está por trás do projeto”, afirmou Lívia.
Thaís ainda reforçou a importância de que as iniciativas de mapeamento cultural sejam vistas como uma política de estado, defendida por todos, para que sejam mantidas independentemente de partidos políticos ou mudanças de governo. Nesse sentido, a parceria com o setor público é fundamental.
A discussão foi moderada por Mariana Fossatti, representante do Ártica Centro Cultural Online – coletivo cultural uruguaio e um dos organizadores do Congresso. Leonardo Foletto, do coletivo brasileiro Baixa Cultura (que também faz parte da organização do evento), participou da mesa. Representantes de mais quatro iniciativas completaram o debate: os argentinos Ingrid Quiroga e Mariano Martino, do projeto Enjambre Cultural, e Barbi Couto, da editora Ediciones de la Terraza, o espanhol Andreu Meixide, da Asociación Panorama180, e o brasileiro Rodrigo Savazoni, do Instituto Procomum. Saiba mais sobre as iniciativas neste link.
Confira a mesa de discussão na íntegra: