Na quinta-feira, dia 25/07, o foguete Falcon 9 deixou a base da Agência Espacial Norte-Americana (NASA), em Cabo Canaveral, nos Estados Unidos, em direção à Estação Espacial Internacional (Internacional Space Station – ISS). O lançamento do foguete tem uma importância histórica por ser a terceira vez que ele vai ao espaço, mas, para nós, tem uma importância ainda maior já que está levando uma carga especial: o experimento “Capilaridade vs Gravidade no Processo de Filtração” dos alunos do 2º ano do Ensino Médio do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), participantes do projeto Garatéa-ISS, apoiado pelo Instituto TIM.
O experimento dos alunos de Xanxerê viajou com mais de 40 outros experimentos de escolas, sendo o único de fora da América do Norte a fazer parte do Student Spaceflight Experiments Program (SSEP). O experimento brasileiro vai ficar um mês na ISS, onde será manuseado por astronautas de acordo com as instruções dos alunos. Quando o experimento voltar, os estudantes compararão os resultados obtidos na microgravidade espacial com os resultados do experimento de controle que será colocado em funcionamento nas condições de gravidade terrestre.
Além de acompanhar o lançamento pela internet, os estudantes Isabela Battistella, Renata Eliza Müller, Ricardo Vinícius Brum e Roberta Debortoli, autores do experimento, participaram de outras atividades relacionadas ao lançamento. Uma delas foi uma conferência no início de julho no Museu Nacional do Ar e do Espaço (Steven F. Udvar-Hazy Center – National Air and Space Museum), na cidade de Chantilly, onde apresentaram seu projeto. “A gente teve a oportunidade não só de ver, mas de apresentar o projeto embaixo dos motores do Discovery. Foi fenomenal, o fato da gente conseguir ter essa experiência de estar tão perto de um ônibus espacial e poder colocar ali para a sociedade americana esse feito que o Brasil está ajudando a desenvolver”, conta o engenheiro espacial Lucas Fonseca, diretor da Missão Garatéa, que realiza o projeto Garatéa-ISS. “O que eu percebo é que como temos essa responsabilidade de levar o nome do Brasil para fora, os alunos realmente se empenham para as apresentações”, completa.
Em uma live que antecedeu o lançamento, Renata contou mais sobre como o grupo do IFSC decidiu participar do Garatéa-ISS. Foi ela quem primeiro soube da iniciativa, em um anúncio na revista Galileu. “A gente foi conversar com os professores para poder participar do projeto”, conta Renata. “Ela é uma astrônoma em potencial! ”, elogia Lucas. Para Isabela, todo o processo foi muito diferente de qualquer coisa que ela tivesse feito antes “Montar o experimento foi uma experiência muito incrível”, diz a estudante. “A gente nem achou que ia vencer, achou que ia só participar”, complementou.
Inspirado no filtro de barro brasileiro, o experimento criado pelos alunos investiga formas de filtragem da água no espaço, usando um conceito físico chamado de capilaridade. “Nosso experimento tem o propósito de recriar esse filtro usando o mesmo agente filtrante que é o carvão ativado”, conta Isabela. O projeto pode até se expandir além dos estudos dos alunos. “Atualmente, a água no espaço é filtrada utilizando iodo, que pode causar danos à saúde posteriormente, então isso enriquece o projeto. Ele tem possibilidade de realmente ser usado”, conta Lucas.
A edição 2019 do Garatéa-ISS já está com as inscrições abertas. Escolas públicas e particulares podem se candidatar até 11/08 no site da Missão Garatéa.
Acompanhe o lançamento à partir do minuto 9:35: