O programa Academic Working Capital deu início à sua terceira edição com o Workshop I, realizado no prédio da Engenharia Mecânica e Naval da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), em São Paulo (SP). O primeiro dia do workshop, em 16 de janeiro, contou com a apresentação do programa e uma introdução a conceitos e ferramentas essenciais para criar um produto e empreender. Os sete grupos aprovados na 1ª chamada (haverá uma 2ª chamada em março) incluem estudantes da USP, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), da Universidade de Brasília (UnB) e do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG).
O professor da USP e coordenador acadêmico do programa, Marcos Barretto, e o engenheiro mecatrônico e coordenador de AWC Diogo Dutra foram responsáveis pela abertura do workshop. Eles deram as boas-vindas aos grupos, falaram dos objetivos e estrutura do programa e apresentaram a equipe. “Mais do que um processo de aceleração, AWC é um trabalho de educação empreendedora. O que importa para a gente é o quanto vocês vão aprender neste ano”, explicou Diogo.
Marcos comentou que muitos produtos criados nos TCCs são descartados logo depois, e que a proposta de AWC é que os estudantes possam ir além. “Vamos fazer engenharia de verdade, nada de um protótipo para atender o TCC”, afirmou. “Vocês sairão daqui com uma outra visão do que é fazer engenharia, fazer um produto, ser um profissional de verdade.” Neste ano, o programa contará com três workshops presenciais, dois workshops online e uma Feira de Investimentos. Um dos focos do Workshop I é que os grupos entrem em contato pessoalmente, via Skype ou por telefone com o maior número possível de potenciais clientes para testar hipóteses relacionadas aos seus produtos.
André Dib, publicitário e membro da equipe de AWC, conduziu a primeira palestra do dia. Ele falou da importância de ter uma visão crítica ao empreender e de colocar suas convicções à prova constantemente, conversando e conhecendo o público-alvo de seu produto. “Esqueça a bola de cristal e comece a ir atrás de pessoas verdadeiras e histórias reais”, recomendou. André mostrou ferramentas que serão utilizadas durante o workshop e irão ajudar os grupos a montar um Value Proposition Canvas (VPC), que apresenta a proposta de valor do produto.
Os estudantes precisam refletir de que forma seus produtos geram ganhos e aliviam as dores dos clientes, fazer uma análise da concorrência e criar as matrizes CSD (certezas, suposições e dúvidas) e de amarração (que registra as hipóteses, testes, resultados e conclusões sobre o produto). “Isso é contínuo, um ciclo”, acrescentou André. Para começar, os grupos colocaram no papel os primeiros itens do deck de slides que irão construir: quem somos, propostas de valor e segmentos de clientes. Em dois grandes grupos, os estudantes apresentaram o material aos colegas e equipe de AWC para coletar feedbacks e aprimorar seus projetos.
O administrador e membro da equipe de AWC Artur Vilas Boas preparou os grupos para a tarefa seguinte: pesquisar e entrevistar os primeiros potenciais clientes e parceiros. Artur reforçou a necessidade de ouvir o público para desenvolver o produto. “Tem que buscar um encaixe entre sua solução e os problemas das pessoas”, disse. Foram apresentados exemplos de como criar um mapa de contatos, dicas para abordar os entrevistados e um roteiro básico de perguntas. “É uma chave que tem que virar na sua cabeça: ‘não estou vendendo nada’. Senão, no final, você só vai falar, não vai fazer a entrevista e não vai aprender nada.” Os alunos dedicaram o restante do dia para agendar e realizar as primeiras entrevistas e consolidar os resultados. A meta é que eles consigam, ao final do workshop, fazer 15 entrevistas.