Diversas ações realizadas em escolas públicas de todo o país por meio de TIM Faz Ciência causaram mudanças que permanecem até hoje. Uma das iniciativas mais citadas pelos professores e professoras são as melhorias no recreio da escola, propostas na etapa Observar. Entretanto, algumas turmas foram além das atividades do material didático e utilizaram as operações para realizar projetos incríveis com impactos dentro e fora da sala de aula. Em Fortaleza-CE, as crianças formaram um Clube de Ciências na escola que funciona até hoje e, em Florianópolis-SC, contribuíram para a criação de um parque municipal.
A professora Marília Ariela, de Fortaleza, ficou surpresa com a quantidade de perguntas que surgiram em uma aula do 5º ano em 2016 sobre o surgimento do universo e a teoria do Big Bang – e que tomaram tempo das aulas seguintes. Ela teve a ideia de montar um Clube de Ciências na EM Quintino Cunha para oferecer um espaço em que as crianças pudessem questionar, pesquisar e discutir à vontade temas relacionados à ciência. A adesão é voluntária e teve, inicialmente, a participação de 12 alunos. As operações intelectuais exploradas em TFC foram a base para o método utilizado no Clube de Ciências, especialmente “Questionar”.
São as crianças que decidem o tema das discussões a partir de seus questionamentos, sob a coordenação de Marília. Os encontros acontecem uma vez por semana no contraturno escolar, com duração de duas horas. “Usamos as operações para nortear nossas conversas, e cada vez mais eles estão interessados na ciência”, conta a professora, que passou a pesquisar sobre diversos assuntos para contribuir com as discussões dos alunos. O Clube continua na ativa em 2017, reunindo estudantes dos 4º e 5º anos. E como os alunos do 5º ano de 2016 ainda têm contato com Marília e pedem para participar do Clube, ela pensa em organizar atividades fora da escola para todos realizarem juntos. A professora apresentou o projeto no colóquio de TIM Faz Ciência realizado em Curitiba-PR no ano passado.
Em 2015, os alunos do 5º ano da EB Maria Tomázia Coelho, de Florianópolis-SC, se juntaram a uma campanha de moradores da Praia do Santinho para a criação de um parque municipal na região da Lagoa do Jacaré e Dunas do Santinho (próxima à escola), que sofria com lixo jogado por visitantes e construções em locais proibidos. Após ler “A história de Zé, Doroteia e as Árvores”, uma das histórias do material de TFC, um aluno sugeriu que a turma fizesse igual ao personagem Zé e observasse os tipos de plantas que ficam no entorno da região. As crianças identificaram algumas espécies, coletaram amostras, pesquisaram os nomes científicos e montaram uma planilha com as informações e fotos das plantas, que foi anexada ao relatório entregue ao prefeito de Florianópolis para solicitar a criação do parque.
A professora Ednéia Patrícia Dias também utilizou as outras operações intelectuais para elaborar mais atividades e ações relacionadas à campanha. A turma organizou uma instalação artística na Mostra Pedagógica da escola que questionava sobre o futuro que queremos, procurou definições de termos presentes no projeto de lei criado pelo prefeito, entre outras atividades. A mobilização deu certo: em dezembro de 2015, o projeto de lei foi aprovado pela Câmara de Vereadores. “É a primeira experiência que os alunos tiveram de ser agentes da transformação. Eles participaram desde o começo e ficaram muito satisfeitos em fazer parte dessa história, é algo que marcará a vida deles”, diz a professora, uma das vencedoras do Prêmio TIM Faz Ciência 2015.