Educadores do Círculo vão aos EUA

Educadores do Círculo vão aos EUA

Seis educadores de O Círculo da Matemática do Brasil participaram do Math Circle Summer Teacher Training Institute, realizado entre os dias 27 de junho e 1º de julho na Universidade de Notre Dame, nos Estados Unidos. Eles foram os vencedores de 2015 e 2016 do Prêmio Instituto TIM – O Círculo da Matemática do Brasil, que homenageia os educadores que mais se destacaram com uma viagem aos Estados Unidos para participar do workshop. O treinamento é organizado pelos professores Bob e Ellen Kaplan, criadores da abordagem The Math Circle, e pela professora Amanda Serenevy, da Universidade de Notre Dame.

Durante cinco dias, Janaína Rodrigues de Almeida, Manoel Vale de Araújo Junior, Samanta Stein da Silva, Alexandre Trilles Junior, Priscilla Perez e Vinicius Henrique Sbaiz participaram de discussões sobre a abordagem, acompanharam aulas do Círculo com alunos de diversas faixas etárias e conduziram atividades para crianças de 5 a 8 anos que participam de The Math Circle na cidade de South Bend, em Indiana. Janaína, da equipe de São Paulo (SP), destacou as atividades com as crianças como um dos diferenciais do workshop, já que eles puderam receber um feedback dos professores Kaplan e, ao mesmo tempo, conhecer novas sugestões de atividades ao acompanhar as aulas dos outros grupos. “Foi uma oportunidade de mostrar o trabalho que realizamos no Brasil”, conta.

Os educadores compartilharam suas experiências no Círculo com professores dos Estados Unidos (incluindo um educador da tribo Navajo), do Canadá, da Inglaterra, da Suíça e da Índia. Priscilla, que recebeu o prêmio por sua atuação em Belém (PA) e atualmente dá aulas no Rio de Janeiro (RJ), explica que a maioria das escolas participantes de The Math Circle nesses países é privada e que os professores ficaram bastante interessados pelo trabalho desenvolvido no Brasil. “Eles disseram que estamos fazendo uma pequena revolução e que é muito importante que as aulas do Círculo estejam sendo financiadas para escolas públicas no Brasil”, diz. “Foi muito diferente, porque eles atendem crianças que já gostam de matemática e querem aprofundar o pensamento matemático. Nós, não. Foi um choque, nesse sentido”, complementa Janaína.

Outro diferencial de O Círculo da Matemática do Brasil que chamou a atenção dos participantes do workshop foram as formações para professores de escolas públicas, como uma maneira de multiplicar a abordagem. “Não imaginávamos que ficariam tão entusiasmados. Aprendemos demais, mas também recebemos muitos elogios. Voltamos renovados”, afirma Priscilla. Janaína acrescenta que eles puderam perceber que a dificuldade com matemática é similar em todos os lugares. “Vimos uma abordagem mais clara do porquê é preciso estudar matemática e fazer com que as crianças pensem em ir mais e mais longe, estruturando o raciocínio. E isso é possível. Se a gente consegue aqui e eles conseguem lá, é porque dá certo”, ressalta.