O projeto “Luz, cores, ação!”, da Universidade Federal de Campina Grande (UFGC), está levando apresentações de teatro e oficinas de atividades relacionadas a luz e cores a escolas públicas de Campina Grande (PB) e região. O projeto é uma das iniciativas contempladas pelo edital de apoio a museus e centros de ciência e tecnologia, lançado em 2015 pelo Instituto TIM em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). As ações são voltadas para crianças entre 4 e 10 anos.
A peça teatral é uma adaptação do livro “Flicts”, de Ziraldo, para o teatro de cordel. É a história de uma cor chamada Flicts, que não se encaixa em lugar nenhum e busca seu lugar no mundo. A adaptação e encenação da história ficou a cargo do grupo teatral Cia Cordel em Canto. A coordenadora do projeto, Katemari Rosa, orientou a diretora do grupo, Arly Arnaud, sobre a inserção de conceitos de física na peça. “Ficou melhor do que a gente imaginava”, conta Katemari. “É uma peça muito bonita, com música ao vivo e interação com as crianças.”
Já as oficinas têm diferentes temáticas e atividades, todas interativas. As crianças fazem experimentos com disco de Newton, câmara escura, lanternas e óculos com filtros coloridos, entre outros materiais. O objetivo foi organizar atividades que não fossem apenas de demonstração. “Experimentos de demonstração, as pesquisas mostram, têm poucos efeitos em termos de aprendizagem e das pessoas se interessarem mais por ciência. As pessoas precisam colocar a mão na massa, precisam fazer alguma coisa, mesmo que seja algo pequeno. Elas têm que participar, que pensar, que ser desafiadas”, explica.
As ações tiveram início em outubro de 2016, durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. No dia 23 de outubro, a equipe organizou o evento “Física no parque”, com a realização de experimentos das oficinas no Parque da Criança, em Campina Grande. O evento foi aberto a todo o público e deve ser repetido neste ano, devido ao sucesso da primeira edição. A peça e as oficinas foram realizadas em duas escolas de Campina Grande no ano passado para cerca de 100 alunos e serão retomadas neste ano, com o objetivo de chegar a mais oito escolas da região. “A prioridade são escolas periféricas”, acrescenta Katemari.
Outra ação que está sendo preparada pela equipe é a distribuição de um livro infantil que reúne passatempos sobre luz e cores. O livro está em produção e deve ser lançado no segundo semestre. “Não queremos que os textos fiquem com cara de livro didático. É um livro de diversão, de divulgação. Tem que ter conteúdo, aprendizado, mas a linguagem e a orientação são diferentes”, diz a coordenadora. Além de distribuído nas escolas participantes do projeto, o livro será disponibilizado online como Recurso Educacional Aberto (REA) para que qualquer professor possa baixar e utilizar em sala de aula.
Em julho, Katemari apresentará o projeto nos Estados Unidos, durante o Encontro de Verão da Associação Americana de Professores de Física (AAPT Summer Meeting). Também participará do evento o projeto “Estação Ciência IFBA – um espaço de educação e divulgação sobre a luz para o público infantil”, desenvolvido pelo Instituto Federal da Bahia (IFBA) em Salvador (BA) e coordenado por Luzia Matos Mota – também contemplado pelo edital.
No total, 50 projetos relacionados à luz e à divulgação científica para crianças de 4 a 10 anos foram selecionados pelo edital do Instituto TIM e do CNPq. A temática foi escolhida em comemoração ao Ano Internacional da Luz, celebrado em 2015. Foram aprovados projetos de 18 estados de todas as regiões do Brasil. O edital faz parte da linha de apoio a museus e centros de ciência e tecnologia realizada pelo Instituto TIM desde 2012.