A avaliação de impacto do Círculo da Matemática do Brasil mostrou que, em apenas três meses, as habilidades matemáticas dos alunos participantes tiveram uma taxa de crescimento de 5,7%. A análise foi feita com base nas atividades do projeto – que começaram no 4º trimestre de 2013 envolvendo 60 escolas em 7 cidades brasileiras – e realizada por meio de um índice de competências matemáticas, desenvolvido sob a orientação de Robert e Ellen Kaplan, professores do “The Math Circle” da Universidade de Harvard e idealizadores da abordagem.
Para o coordenador da avaliação, Flavio Comim, professor de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, esses resultados “foram surpreendentes, uma vez que excelentes projetos têm esse tipo de retorno em um período muito maior, em geral superior a um ano”. O foco desta primeira avaliação foram as aulas piloto do Círculo da Matemática do Brasil. A equipe responsável pelo estudo comprovou que, de fato, as crianças aprendem matemática mais rápido quando aprendem a gostar da matéria. “Despertar o gosto pela matemática é fundamental para que as crianças possam desenvolver suas habilidades com confiança”, afirma Flávio.
O objetivo da avaliação foi identificar o impacto das aulas nas habilidades das crianças, separando os efeitos por gênero, idade, região. O destaque foi para os alunos de Porto Alegre, que apresentaram uma evolução de 25% nas suas habilidades matemáticas no trimestre. Outra cidade que apresentou um alto impacto foi Fortaleza, com 11%. A pesquisa foi realizada em todas as escolas participantes de Porto Alegre, São Paulo, Brasília, Belém, Fortaleza, Aracaju e Salvador.
No total, 6732 alunos do 1º ciclo do ensino fundamental (com idade média de 9 anos) tiveram aulas do Círculo. Em geral, participaram escolas com um IDEB de 4,63 em 2011 (média nacional: 5,0), com uma média de 4,38 horas por dia de aula (média nacional: 4,5), taxa de aprovação no primeiro ciclo de 86,57% (média nacional: 90,2%) e nota de matemática na Prova Brasil de 205,92 (média nacional: 209,6).